Depois de mais de seis décadas de abandono, a Prefeitura de São Paulo finalmente iniciou o processo de demolição do edifício conhecido como “Caveirão”, no centro da cidade. Construído nos anos 1960 como um prédio-garagem, o imóvel nunca foi concluído e se transformou em símbolo da degradação urbana. Hoje, além de ruínas, abriga tráfico de drogas, ações policiais constantes e risco iminente de desabamento.

A operação será conduzida pela empresa Demolidora FBI, contratada pela Subprefeitura da Sé. O trabalho será feito manualmente para preservar os imóveis tombados no entorno. O custo da demolição gira em torno de R$ 6 milhões, valor que será pago inicialmente pela Prefeitura, mas deverá ser ressarcido pelo proprietário, Rivaldo Sant’Anna, conforme decisão judicial. O prazo de execução é de 300 dias.

O contrato inclui a retirada do entulho e a construção de um muro para fechamento do terreno. No primeiro mês, serão instaladas telas de proteção, tapumes e acessos seguros. A gestão municipal afirma que medidas rigorosas serão adotadas para evitar danos ao patrimônio histórico e cultural da região.

A disputa judicial se arrasta desde 2012, quando laudos técnicos já apontavam risco de colapso. Em 2018, a Prefeitura solicitou a demolição, mas o proprietário não cumpriu a ordem. Em 2024, a Justiça determinou que ele arcasse com os custos, sob pena de multa diária de R$ 500. Sant’Anna alegou não ter condições financeiras para realizar o serviço.

O “Caveirão” é mais do que um prédio abandonado — é um retrato da negligência, da burocracia e da lentidão que marcam a gestão urbana. E enquanto o concreto começa a cair, a cidade segue tentando se reerguer.

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