O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (13) um plano de contingência para socorrer empresas afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A medida, que atinge cerca de 36% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano, foi classificada por Lula como uma “injustiça comercial” e por Fernando Haddad como uma “sanção política disfarçada de economia”.
O pacote inclui uma linha de crédito de R$ 30 bilhões com juros subsidiados, compras governamentais de produtos como frutas e pescados, e uma reformulação do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que agora poderá oferecer financiamento direto às empresas exportadoras. O foco, segundo o presidente, são os pequenos e médios negócios, especialmente os que atuam com alimentos perecíveis e produtos agrícolas.
Especialistas como o economista Alexandre Nascimento apontam que as medidas são bem-vindas, mas ainda tímidas diante do impacto da sobretaxa. “É um alívio emergencial, mas não resolve o problema estrutural da dependência comercial com os EUA. O Brasil precisa diversificar seus mercados e fortalecer acordos multilaterais”, afirmou em entrevista à rádio Arapuan.
Já Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria, elogiou o plano, mas destacou que ele é paliativo. A entidade contratou escritórios de advocacia nos EUA para tentar reverter a taxação. “Precisamos de uma resposta jurídica e diplomática forte. O pacote ajuda, mas não elimina o risco de retração no setor exportador”, disse.
A medida provisória, batizada de “MP Brasil Soberano”, também prevê contrapartidas: empresas que acessarem os recursos deverão manter empregos e apresentar planos de recuperação. O governo estima que cerca de 10 mil postos de trabalho estão em risco.
A reação do mercado foi cautelosa. Analistas do Valor Investe alertam que a queda nas exportações pode pressionar o câmbio e elevar a inflação, já que menos dólares entram no país. O impacto pode ser sentido em toda a cadeia produtiva, especialmente nos setores de café, carne e açúcar.
O tarifaço de Trump, que entrou em vigor no dia 6 de agosto, é visto por muitos como uma retaliação política disfarçada de protecionismo. A Casa Branca alegou “instabilidade institucional” no Brasil como justificativa, citando o julgamento de Jair Bolsonaro no STF. A resposta brasileira, embora firme, ainda busca equilíbrio entre diplomacia e pragmatismo.
No fim das contas, o pacote de Lula é um respiro — mas não uma solução definitiva. O Brasil precisa repensar sua estratégia comercial e se blindar contra decisões unilaterais que colocam em risco milhares de empregos e bilhões em receita.
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