A ascensão meteórica do Botafogo sob a gestão de John Textor parecia o exemplo perfeito de como uma SAF poderia transformar um clube tradicional em potência continental. Libertadores e Brasileirão em 2024, investimentos milionários, jogadores de alto nível e um discurso sedutor de modernização. Mas como mostra o jornalista Irlan Simões em sua série “A Queda da Águia”, o voo da Eagle Football Holdings acabou em turbulência, e o pouso foi forçado — com direito a ejeção do próprio Textor.
O caso expõe as entranhas de um modelo que, embora vendido como solução mágica para o futebol brasileiro, está longe de ser infalível. A Eagle, que controlava clubes na França, Bélgica, Inglaterra e Brasil, colapsou sob dívidas e disputas internas. Textor, pressionado pela gestora Ares Management, tentou salvar seu império com manobras jurídicas e financeiras que hoje são alvo de investigação. No centro da crise, o Botafogo virou palco de uma guerra corporativa que ameaça sua estabilidade esportiva e financeira.
O episódio escancara uma verdade incômoda: nem toda SAF é sinônimo de prosperidade. A promessa de gestão profissional, capital estrangeiro e autonomia financeira esbarra em práticas nebulosas, falta de transparência e dependência de figuras carismáticas que, como Textor, sabem vender sonhos — mas nem sempre entregam realidade. O caso do Botafogo se junta ao do Vasco, em litígio com a 777 Partners, como alerta para clubes que enxergam na SAF uma saída fácil para décadas de má gestão.
No fim das contas, o futebol brasileiro vive uma encruzilhada: entre o modelo associativo falido e as SAFs que prometem muito e entregam pouco. A pergunta que fica é: quem está realmente preparado para esse novo jogo?
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