Em resposta à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o governo Lula deve anunciar nesta semana um pacote emergencial para socorrer os setores mais afetados. Mas, como diria o velho ditado: não existe almoço grátis. As empresas que quiserem acesso ao crédito subsidiado precisarão manter seus funcionários — demitir está fora de cogitação.
A proposta, que será apresentada ao presidente nesta segunda-feira (11), inclui linhas de empréstimo com juros reduzidos, postergação de tributos federais por até 90 dias, antecipação de benefícios fiscais e até compras públicas para estimular a demanda. Tudo isso com foco em aliviar o impacto imediato da guerra comercial deflagrada por Donald Trump.
Os recursos virão de fundos como o FGO (Fundo de Garantia de Operações) e o FGE (Fundo de Garantia à Exportação), operados por Banco do Brasil e BNDES, respectivamente. A ideia é que bancos públicos e privados possam oferecer crédito com taxas mais baixas, especialmente para pequenas e médias empresas — nada de privilegiar os grandes exportadores que já têm acesso facilitado ao financiamento.
Além disso, o governo pretende usar programas como o PAA (Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Alimentação Escolar) para comprar diretamente de produtores afetados, priorizando setores como pescados e frutas. É uma tentativa de usar o poder de compra do Estado como ferramenta de amortecimento econômico.
Nos bastidores, há desconfiança entre petistas sobre empresários que, mesmo beneficiados pelas medidas, apoiam setores bolsonaristas que incentivaram a tarifação. O governo quer evitar que o pacote vire um presente para quem trabalha contra os interesses nacionais.
A reunião entre Lula, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin deve definir os últimos detalhes antes do anúncio oficial, previsto para terça-feira (12). Enquanto isso, o Executivo tenta manter a calma e evitar retaliações, apostando em negociações para excluir mais setores da sobretaxa americana.
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