A sexta-feira ficou mais triste. 8 de agosto de 2025. Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba, nos deixou aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A notícia, confirmada por sua esposa Babi Cruz, encerra um capítulo de resistência e arte que começou ainda na infância, quando Arlindo ganhou seu primeiro cavaquinho aos sete anos. Desde então, ele construiu uma trajetória que não apenas moldou o samba moderno, mas também o coração de milhões de brasileiros.

Arlindo não era apenas cantor e compositor. Era cronista da vida, poeta das vielas, mestre das rodas de samba. Com mais de 550 músicas gravadas por artistas como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Alcione, ele transformou sentimentos cotidianos em hinos populares. Sucessos como “Bagaço de Laranja”, “Dor de Amor” e “Seja Sambista Também” são mais do que canções — são parte da identidade cultural do país.

Sua passagem pelo grupo Fundo de Quintal foi um divisor de águas. Substituindo Jorge Aragão, Arlindo ficou por 12 anos e eternizou clássicos que ainda hoje embalam festas, bares e corações. Mas sua contribuição não parou por aí. Arlindo também foi presença marcante nas eliminatórias de samba-enredo do Império Serrano, sua escola do coração, e mais tarde da Grande Rio, mostrando que sua arte também pulsava na avenida.

Desde o AVC hemorrágico que sofreu em 2017, Arlindo enfrentou uma longa batalha contra as sequelas da doença. Mesmo longe dos palcos, sua presença nunca deixou de ser sentida. A cada regravação, a cada homenagem, o Brasil reafirmava: Arlindo Cruz é eterno.

Hoje, o samba está de luto. O poeta nos deixa em dia de roda de samba. Mas a obra de Arlindo Cruz permanece viva, tocando emoções e conectando pessoas — como sempre fez. Que sua música continue sendo abrigo, festa e resistência.

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