A manhã desta quarta-feira (30) começou com um apito diferente no futebol brasileiro. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga supostos crimes eleitorais cometidos em Roraima durante as eleições municipais de 2024. A ação, batizada de Operação Caixa Preta, cumpriu dez mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados.

Apesar da presença dos agentes na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a entidade afirma que nada foi apreendido e que a operação não tem relação com o futebol brasileiro. Segundo nota oficial, Xaud “não é o centro das apurações” e está “tranquilo e à disposição das autoridades”. O principal alvo seria a deputada federal Helena Lima (MDB-RR), de quem Xaud é suplente. O caso ganhou notoriedade após o marido da parlamentar ser preso com R$ 500 mil em espécie, parte do valor escondido na cueca — um lance digno de cartão vermelho.

Samir Xaud, médico de formação e empresário do ramo fitness, assumiu a presidência da CBF em maio de 2025, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo. Sua ascensão, marcada por apoio político e ausência de concorrência, agora enfrenta um teste fora dos gramados: o da Justiça Eleitoral.

Enquanto o futebol segue com bola rolando e torcedores atentos aos campeonatos, o episódio levanta questões sobre a transparência nas instituições esportivas e os limites entre política e esporte. A CBF tenta manter o jogo limpo, mas o noticiário mostra que nem sempre o campo é o único lugar onde se disputa poder.

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