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Tarifaço de 50%: Brasil entre o aço e o abacaxi
Quando a diplomacia vira telemarketing e ninguém atende
Por Administrador
Publicado em 29/07/2025 08:02
Economia

Em meio ao delicado tabuleiro do comércio internacional, o Brasil encara uma semana decisiva diante do anúncio de um tarifaço norte-americano. A partir de 1º de agosto de 2025, entra em vigor a tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, conforme determinação do presidente americano Donald Trump. A medida afeta setores vitais como minério de ferro, petróleo, café, carne, celulose e equipamentos industriais, e ameaça provocar impactos econômicos profundos e duradouros.

Enquanto Japão, Reino Unido e União Europeia celebram acordos com taxas mais amenas — variando entre 10% e 15% — o Brasil permanece em um limbo diplomático. Sem acesso direto à Casa Branca, a missão liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin enfrenta resistência e silêncio. Segundo o presidente Lula, “ninguém quer conversar com o Alckmin”, uma frase que resume o impasse político com ironia quase involuntária.

O ingrediente ideológico apimenta ainda mais o cenário. Trump condiciona a reversão da tarifa à interrupção do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, acusando o processo de ser uma “caça às bruxas”. Tal exigência levanta preocupações quanto à soberania brasileira e à utilização de tarifas como armas geopolíticas.

Analistas econômicos já acendem o alerta: inflação em alta, queda no PIB, perda de empregos e redução na arrecadação estão entre os efeitos esperados. A Confederação Nacional da Indústria prevê um prejuízo de R$ 52 bilhões em exportações no curto prazo, enquanto a Fiemg aponta risco de R$ 175 bilhões em perdas a médio e longo prazo. Empreendimentos em áreas como fruticultura, pesca e siderurgia já sentem os reflexos, com contratos suspensos e embarques congelados.

Especialistas recomendam cautela, negociação e uso estratégico de canais multilaterais como a OMC. Embora medidas retaliatórias sejam uma opção, a prioridade deve ser manter o diálogo aberto. O Brasil precisa demonstrar resiliência diplomática e criatividade econômica para contornar esse entrave.

Se mantida, a tarifa de 50% poderá marcar uma inflexão nas relações Brasil-EUA. Mais do que um revés econômico, representa um teste de fogo sobre como o país articula seus interesses em tempos de polarização e disputas narrativas.

Com informações de CNN Brasil, O Globo, InfoMoney, Terra.

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