O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não deixará a mesa de negociação com os Estados Unidos, mesmo diante da iminente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em entrevista à Rádio CBN, Haddad destacou que a orientação do presidente Lula é manter o diálogo aberto e evitar qualquer atitude que possa justificar sanções unilaterais contra o país. Segundo ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Itamaraty e a equipe econômica estão engajados permanentemente nas tratativas diplomáticas.
Apesar da ausência de resposta às duas cartas enviadas ao governo norte-americano — uma em maio e outra na semana passada — o Brasil segue insistindo em uma aproximação. Um grupo de trabalho está elaborando planos de contingência para mitigar os impactos da taxação, especialmente nos setores mais vulneráveis, como o de suco de laranja, mel, aço e alumínio.
Haddad também afirmou que o governo não pretende retaliar os Estados Unidos, mas estuda aplicar a lei da reciprocidade caso seja necessário. Ele enfatizou que qualquer medida será tomada com responsabilidade fiscal, sem implicar em aumento de gastos públicos. Como exemplo, citou a resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, onde o apoio às empresas afetadas foi feito majoritariamente por meio de crédito e não por despesas primárias.
Outro ponto abordado foi a investigação anunciada por Donald Trump sobre o Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro. Haddad classificou a medida como despropositada e comparou o Pix à evolução dos telefones celulares, destacando seu sucesso e potencial de ser replicado por outros países. Para ele, não há justificativa plausível para que o Pix represente uma ameaça à economia norte-americana.
Por fim, o ministro criticou a influência da extrema direita brasileira, especialmente a relação pessoal entre a família Bolsonaro e o ex-presidente americano, como um fator que pode estar prejudicando os interesses nacionais. Ele reforçou que o Brasil é deficitário em relação aos Estados Unidos e que não há razão econômica para a imposição de tarifas tão elevadas. A meta do governo, segundo Haddad, é entregar o melhor resultado fiscal dos últimos 12 anos, com crescimento sustentável, geração de empregos e distribuição de renda.
Com informações da Agência Brasil
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